quinta-feira, 27 de abril de 2017

LICENÇA POÉTICA


Licença poética_Linguagem livre,sem correções,onde o poeta tem liberdade para criar palavras novas[neologismos] Exemplo: “Como caitanear o que há de bom”[Djavan] É uma linguagem permitida na poesia. Em sentido mais amplo, são opiniões, afirmações,teorias e situações que não seriam aceitáveis fora do campo da Literatura...
De acordo com a inspiração do momento o poeta faz uso da estilística,onde pode predominar a linguagem figurada,ou conotação,e o leitor,quando bom intérprete,também de acordo com seu momento,dá a poesia ênfase de interpretação,viajando pelos meandros da mesma...
Apenas a poesia pode fazer uso da chamada licença poética, que é a permissão para extrapolar o uso da norma culta da língua, tendo total liberdade,quando necessária, para utilizar recursos de palavras ,como o uso destas em baixo calão, desvios da norma ortográfica, que se aproximam mais da linguagem falada ou a utilização de figuras de estilo como a hipérbole,exagero de expressões, ou outras,como podemos constatar no vocábulo "fingidor" [finge_dor]da poesia, de acordo com a conhecida fórmula de Fernando Pessoa ("O poeta é um fingidor"). A licença poética é permitida para que o escritor tenha toda a liberdade para manipular as palavras, para que ele possa passar tudo o que pensa ao leitor...
Jamais houve escolas para formar poetas,a poesia nasce livremente em qualquer ser,independente do nível cultural,social e econômico,a poesia é um tipo,as vezes,aproximado de profecia,pois o poeta,muitas vezes se empresta á inspiração do momento.
Exemplificando:


Autopsicografia

O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente. 

E os que lêem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só a que eles não têm. 

E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama coração. 

Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'


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